sábado, 21 de maio de 2011

NOVO ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA

Primeiro texto meu em estrofes, pessoal. Leiam, avaliem, e posteriormente critiquem.


Bem vindos a Terra Brasilis

Terra adorada, fértil e pura

Não sabe-se se a pátria é amada

Ou se o que se ama é a usura

Bem vindos a Terra Brasilis

Terra do direito universal

Onde a moral é amoral

E a ética está caquética

E com sua licença poética

Mando a puta que pariu

Aqueles que se dizem modelar a estética

Da constituição desse povo servil

Artificial, mentirosa, sintética

O que diz-se IGUALDADE nessa terra varonil

Não existe e jamais existiu

Bem vindos a Terra Brasilis

Nação em crescimento evidente

Quando de outra nação vem o presidente

Não há indigente, gente doente

Analfabeto, greve em hospital urgente

Nas favelas, não há descrente

Nem carentes de esperança

Num futuro, sabe-se lá, de repente

Quem espera sempre alcança

Bem vindos a esse ecossistema

Onde urubus usam terno e gravata

E como os versos desse poema

Não têm valor de nada

Os Joões-de-Barro da escuridão

O lado oculto dessa nação

Que mesmo imbuídos na construção dessa instituição

Tem seus direitos tomados

Seja por leão, gavião ou corrupção

Bem vindos a Roma Negra

Do acabado Pelô

Do inacabado Metrô

Que só entrará em vigor

Quando for avô o sucessor do meu sucessor

E quando for inaugurada

Ligará, com todo o primor

Ala norte de lugar nenhum

Com ala sul da província do nada

Bem vindos a terra Brasilis

Sede oficial da Copa do Mundo

Que serve de camuflagem

Para um sistema imundo de lavagem de dinheiro

E um banho de sacanagem

Como numa orgia, eles põem no fundo

E em meio a uma estiagem

O povo entorpecido e moribundo

Não sente nem por um segundo

Os reflexos de tal trairagem.

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